terça-feira, 26 de agosto de 2008

vivendo sozinha

Então o meu cúmplice foi lá para a terra onde ele trabalha e mora boa parte do ano, e eu aqui fiquei com as minhas coisas e minha vida.
Uma coisa que sempre conversamos é da importância de termos nossas vidas, cada um, e ele diz que é importante podermos nos sentir plenos e inteiros mesmo na ausência do outro. Isso é importante mesmo, porque é o que garante a verdade do encontro, isto é, estamos juntos porque queremos, e não por medo de nos abandonarmos, de ficarmos sós ou o que seja.
Porque eu aprendi, desde a separação, que a gente é, fundamentalmente, só. Quer dizer, nascemos e morremos sozinhos, e as nossas coisas, as nossas vidas, as nossas dores e alegrias, são nossas, nossa responsabilidade . è preciso estar muito inteiro e autônomo para construir um grande amor e uma grande história.
Vejo minha vida como uma obra de arte, e minha pessoa como uma obra também, a ser sempre esculpida, trabalhada. Sempre em progresso e transformação, sempre mais, sempre melhor. Mais ousada, mais bela, mais louca, mais livre. Tenho um cúmplice profundo, e esse é o projeto dele também, mas agora, meus dias são só meus.
Não há com quem dividir a comida, as contas, o dia.
Sou eu.
E eu me acostumei a tê-lo por perto, bem perto. E agora é se acostumar de novo, comigo comigo mesma.
E eu sou boa companhia, e tenho meus livros, meu corpo, minha escrita e minhas coisas.
Mas namorei muito nos últimos meses, e vi que era bom.
Agora é ver que é bom também esse processo de viver só. E curtir a distância e ver o que ela nos traz.
saudade.
vontade de estar perto.

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