domingo, 8 de fevereiro de 2009

um dia

acordei e vi que estava passando mal pelo excesso de pizza da noite anterior. Ainda bem, - pensei - que tudo escorra pela privada. Fiz as contas do mês e percebi que estava já falida, já antes da segunda semana, mas que tinha o suficiente para as contas básicas e decidi que esse será um mês sem compras, sem livrarias, sem sapatos e sem grandes saídas para jantares e almoços e achei até simples tudo isso. Fui ao banco, retirei o dinheiro da faxineira, do condomínio, retirei um dinheiro a mais para a moça que achara a minha carteira e fiquei com o resto, que deve durar duas semanas.
Lavei a roupa suja da semana, arrumei a casa, fiz meu cronograma de como ficarão meus dias. Fiquei assustada: muito trabalho, pouco tempo livre. Uma escolha.
Resolvi finalmente resgatar minha carteira que fora furtada há mais de um mês, uma pessoa a tinha encontrado e me ligara avisando. A pessoa morava em guaianazes, longe bem longe daqui, liguei, pedi desculpas pelo sumiço, e marquei o encontro para as quatro da tarde.
Almocei com meu avô e encontrei minha grande amiga, que me acompanharia na viagem de metrô.Fomos e voltando conversando, duas horas de passeio pelo metrô da cidade imensa, e ficamos ambas mais leves na volta. Quem achou minha carteira foi Dona Rosária, uma senhora que vive de catar latas. Sempre acha documentos. Viu a carteira e pensou: que carteira bonita! vou ficar com ela, estou precisando de uma carteira. Abriu a carteira e ali viu todos os documentos. "Não ia conseguir dormir... Meu sobrinho que ligou para a senhora." Ligaram para o lugar onde faço as unhas, de lá, me deram o telefone do sobrinho, que deu o telefone da vizinha da D. Rosária, que veio me encontrar e devolver a carteira.
- Que bom que ainda há pessoas conscienciosas nesse mundo, comentou meu avô.
Fui para casa, sem programa para o final de domingo, passei no supermercado e comprei comida para mim e para a faxineira, que virá depois de amanhã. Tenho o que comer de manhã e à tarde, e tenho lanchinhos para não ficar gastando dinheiro na rua.
Comecei a anotar o que como para descobrir que somente no almoço com o vovô já tinha consumido quase o dobro do necessário.
Na minha casa, organizei o dia de amanhã, reli e me assombrei com o Estrangeiro, li um capítulo de um livro lindo e vim escrever.
Ele não ligou, nenhum ele ligou. Tenho saudades e me falta um corpo para me abraçar, mas o dia aconteceu e eu fico com uma sensação de que venci.

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